O empenho da mãe em querer manter a todo custo a harmonia familiar sofrera um enorme revés devido
ao enlace com Álvaro e ao nascimento de Aracélia. Todos confiavam numa brilhante carreira lírica com vantagens sociais e financeiras.
As aventuras amorosas da avó materna e as constantes brigas dos pais, os problemas da Tia Jenny com a droga e a bebida, a pesada maldição do clã, o desconforto das viagens e a vida no estrangeiro – a mãe, de caráter hipersensível, não pôde resistir por mais tempo.
Aracélia rememora os fatos em grande parte durante o Caminho de Santiago, que realiza em companhia
do pai para celebrar, com certo atraso, sua formatura.
A vida longe da terra natal, ainda mais na Alemanha, de certa maneira em ostracismo, tem para Álvaro tremendas sequelas. Seu misterioso pasado e o precário estado de saúde pressagiam um dramático desenlace. Resultado: esboço de três biografias, traçado por Aracélia de forma bastante peculiar.
Sua comovedora carta de despedida ao amigo Norma, de Santiago, a única pessoa de confiança que ainda
se mantém fiel, revela a completa falta de perspectiva com relação ao futuro e a consequência de sua reação.
Três formas de vida. Três tipos de morte.
A carta de Norma, de Santiago de Compostela, salva-a de sua última loucura.
ARACELIA
cuando padre e hija cuya madre de repente
Edição digital - eBook / Amazon! (em Espanhol, tradução do autor, revisão de Carmen Durán,
licenciada en Filologia Alemã e Espanhola pela Universidade de Heidelberg)
novos
mistérios dolorosos
notturno & fuga, op. 7
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Um torturador da ditadura, roceiro, vaqueiro, tropeiro do Interior de Minas, que por recomendação de um colega
da PM é recrutado como membro das forças da repressão policial-militar contra supostos inimigos do regime, fala abertamente – e com profusão de detalhes – sobre o “ofício” e seus colegas de serviço, relatando peripécias
existenciais decorrentes da vida no sertão, e mais tarde na Capital paulista, assim como do misterioso sumiço
do pai e do procedimento negativo da mãe que tanta mágoa lhe causou.
Repassa de forma peculiar, e com duvidosa gramática, inúmeras aventuras amorosas, casos, rixas, encontros e
desencontros em suas muitas andanças por aí. E vai entremeando o relato com reflexões típicas de sua origem
agreste. Um dia afinal, esgotado e desiludido, ou antes desmoralizado e envilecido, sem ânimo para seguir en-
frentando a brutalidade e os dissabores da tarefa policial, provavelmente delatado por um colega da pesada,
e já então caçado pelo Esquadrão como fugitivo, acaba amoitando-se numa brenha de sertão com a mulher
que se diz sua meia-irmã. A mistura explosiva de suas vivências, os efeitos das violentas práticas, por ele sofridas
e cometidas, mormente no decorrer dos últimos anos, os constantes desvarios, medos e ciúmes da companheira,
precipitam um final trágico para ambos. O relato de um intelectual brasileiro, procedente da Alemanha com a
duvidosa missão de investigar atos e fatos da ditadura, inclui dolorosas experiências pessoais, no Brasil e no
Exterior, indagações e conjeturas, comos e porquês.
Após uma turbulenta série de contatos com o “agente” e seus capangas, cai ele mesmo nas malhas da repressão,
desaparecendo por fim misteriosamente. E deixa, ao que tudo indica, o rascunho do que seria o livro encomendado
por um publicista alemão.
Essa trama constitui o manuscrito que anos mais tarde vai parar em mãos de um artista (também ele brasileiro),
residente em Frankfurt, o qual através de seus contatos o resgata para publicação.
Quarteto (em si) menor
4 mo~vi~mentos
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1º mo~vi~mento – A cegueira daqueles dias
Reminiscências: Filha de fazendeiro carrega resignada o conturbado destino da família e o próprio. A inesperada
aparição de um fogoso cavaleiro transtorna sua vida. Órfã de mãe cedo demais, anos depois perde também o pai.
Morrem em acidente dois irmãos, ainda pequenos. O Caçula, ovelha negra do clã, vive longe, fora dali. O mais velho,
farrista, jogador, prepotente, acaba vítima da mulher e da sogra. O mais querido, Percival, que para vingar-se elimi-
narao intruso cavaleiro, desaparece nas malhas da repressão policial-militar dos golpistas de abril de 64. A provável
relação incestuosa entre ela e esse irmão de nome exótico, ou melhor literário, compõe o pano de fundo de uma
típica história do meio rural brasileiro.
2º mo~vi~mento – Natal nos trópicos
Diz que Deus é brasileiro, não sei, nunca vi nem tentei comprovar. Maria da Conceição, José dos Prazeres, o Cara-
pina, e o menino Jesus garanto que são. Conheci os três, faz tempo. O Carapina muito quieto, Maria da Conceição
o contrário, falava pelos cotovelos e vivia inventando caso, e dessa “trindade tropical” o filho consta que ainda vive…
andará obrando por aí.
3º mo~vi~mento – Despedida
Andrômeda é nome de constelação boreal, princesa mítica e de uma belíssima ericácea. Olívia Andrômeda era
um sonho de menina – estrela cadente em céu de outono. Olívia Andrômeda de Bom Jardim não quis dizer adeus,
prometeu voltar e até hoje!… onde está? onde estará? Vivo à procura.
4º mo~vi~mento – Tema e variações {*monólogos em paralelo*}
O encontro de duas rodas girando em sentido contrário sobre trilhos paralelos, por vezes arqueados no tempo, ou por um intrincado sistema de carretilhas só poderia ser acidental… acidentado?
A roda-mestra [♂] e a roda-viva[♀] buscarão cada uma seu rumo e trajetória, cujo(s) lugar(es) e tempo(s) são como jogos de dados. Mas também pode não ser nada disso. Qualquer semelhança com pessoas reais é cabível e aliás plenamente consciente, podendo coincidir ou não com quem pareçam, se é que realmente parecem com alguém. Pessoalmente não o creio. O jeito é lavar as mãos e sair de fininho.
Martinelli
a negra sombra de um puma
nas águas do diabo
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Segunda-feira de manhã: em meio à gritaria dos bancários em greve ouve-se um tiro no Martinelli.
Ao redor a barafunda de sempre e o caos diário do tráfego. Música de fundo a todo volume.
Sozinho em seu quarto lá em cima – Pessoa.
Que fazem os amigos? Cadê Irirí? Qual é seu segredo? Que aconteceu entre ambos?
Como um fio condutor sua obsessiva história sentimental percorre toda a trama.
Vinte anos mais tarde Jotinha anota suas recordações. Cronologia dos acontecimentos? A memória não
se atém a nenhuma. Encontros e conversas com amigos (sobretudo Jordão, Jamil, Piroga e Pessoa), estórias
ouvidas por aí, anotações de Iriri e de Pessoa. Através de flashbacks, digressões, notas de rodapé tenta construir
um relato, reconstruir o passado, que não lhe sai nada bem, nem sequer o presente está claro (Clínica de reabili-
tação / Psiquiatria?).
Pelo visto em consequência das torturas sofridas (após uma longa odisseia na clandestinidade) e paranoicas visões
custa-lhe muito, ao relutante cronista, relacionar adequadamente fatos e pessoas (inclusive a si mesmo) e dar a suas
anotações a forma definitiva. Além disso, completamente alheio à sua crítica situação vital, compraz-se em fantasias
eróticas, casos amorosos supostos ou reais. Afinal apenas dois amigos dos velhos tempos velam por ele e por suas
"memórias". Heloísa, que depois de muitos anos casualmente o reencontra, visita-o com frequência na Clínica, e em
correspondência com o amigo em comum, Ribas, que vive entre a Alemanha e Espanha, refere sobre ele (»j«) e seu
estado de saúde, assim como sobre o estranho relato, com o qual não sabe o que fazer.
Sua última carta contém também as últimas informações – sobre o narrador e sua "crônica".
Bilu & Rafa
(o pivete e o anjo)
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O encontro de uma psicóloga e assistente social alemã com o pivete Bilu nas ruas de São Paulo transforma
sua vida… e a vida de Bilu.
Vinda da Alemanha, primeiro como simples turista, curiosa pela paisagem, pela cultura e pelas gentes do Brasil,
Charlie decide fixar-se na capital paulista como funcionária de uma ONG para cuidar de crianças abandonadas
que vivem nas ruas ao deus-dará. Bilu será seu principal objetivo e com ele obviamente outras crianças em seme-
lhante situação de rua.
Um personagem importante em sua tomada de contato com a dura realidade vivida por Bilu e sua corriola
é o preto velho, Nego Beiçola, um sanfoneiro de raça e contador de casos que ela fica conhecendo já com
a avançada idade de 82 anos. Também aparece Rafa, Rafael Arcanjo, intrigante figura de origem desconhecida,
que tem tudo para ser tomado por um anjo. O anjo de guarda de Bilu.
E a seu lado um misterioso cão de guarda, o lobo dos olhos em brasa.
Finalmente o encontro que transtorna completamente sua vida pessoal — Ingrid Müllenstein, austríaca
de Innsbruck, já radicada em São Paulo desde algum tempo, que se apaixona loucamente por Charlie.
Esta, após sua repentina volta a Alemanha, onde por alguns meses trabalha para a Cruz Vermelha, decide ir-se
a África para lá seguir obrando como assistente social.